20 de nov. de 2011

Saif al-Islam tentou escapar fingindo ser pastor, diz combatente .

Filho de Kadafi estava assustado, não resistiu à captura na Líbia e pediu que atirassem nele

ZINTAN e TRÍPOLI - O homem que liderou os combatentes que capturaram Saif al-Islam disse que o filho de Muamar Kadafi tentou escapar fingindo ser um pastor de camelos. De acordo com o grupo que o encontrou no sábado, no deserto no sul da Líbia, Saif estava assustado. O herdeiro preferido do ditador vestia roupa típica dos tuaregues, usava um turbante e teria pedido aos seus captores para atirarem nele.
- Quando o pegamos, ele disse: 'meu nome é Abdul Salem, sou pastor de camelos' - contou neste domingo o comandante Ahmed Amur, segundo o jornal britânico "Guardian", que enviou repórter a Zintan, para onde Saif foi levado.
Segundo Amur, sua brigada patrulhava a região há mais de um mês quando recebeu, na semana passada, uma pista de que Saif estava perto de Obari, onde foi capturado. O grupo montou então uma emboscada na cidade, localizada na estrada que liga a Líbia à Argélia e ao Níger - para onde acredita-se que o filho de Kadafi tentava fugir. Dois carros suspeitos foram avistados na sexta-feira.
- Sabíamos que era um alvo VIP, mas não sabíamos quem era - afirmou ao diário. - Quando vimos o primeiro carro, disparamos contra ele, não para acertar, como um alerta. Ele parou. Então um segundo carro pertencente a Saif apareceu. Disparos tiros de advertência, e ele parou. Saif e seu assessor saíram do carro.
Amur diz que ficou cara a cara com Saif, que negou ser o único filho de Kadafi que ainda era procurado após a morte do pai. Segundo o combatente, o homem que era considerado o provável sucessor do ditador usou um nome tão comum quanto José da Silva para se apresentar.
- Seu rosto estava coberta com sujeira, mas eu sabia quem ele era - contou o combatente ao "Guardian". - Depois ele nos pediu: 'atirem'. Quando os rebeldes se recusaram a dispara, ele se indentificou.
Diante do temor de que se repetisse a história de Kadafi - capturado vivo e morto em seguida, levantando suspeitas de execução -, líderes internacionais e organizações como Human Rights Watch e Anistia Internacional pediram que o governo interino da Líbia entregasse Saif ao Tribunal Penal Internacional (TPI).
O promotor-chefe do tribunal, Luis Moreno-Ocampo, já havia pedido a prisão do filho do ditador, e disse que irá à Líbia dentro de uma semana para discutir o caso. Mas o primeiro-ministro interino líbio, Abdurrahim El-Keib, afirmou que Saif deverá ser julgado no país.
O governo líbio instalou diversos postos de controle em Zintan, onde o filho de Kadafi permanecia neste domingo. Espera-se que sua possível transferência para a capital do país ainda leve tempo. O premier interino foi no sábado a Zintan para cumprimentar os combatentes que capturaram Saif e prometeu um julgamento justo.

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