28 de jul. de 2011

Em aceno a Brasil, Humala defende construção de hidrelétricas

Empossado presidente do Peru nesta quinta-feira, Ollanta Humala fez um aceno ao Brasil: anunciou que promoverá a construção de hidrelétricas em parceria com "estatais regionais", mas frisou que a prioridade será a demanda doméstica.
Brasil e Peru assinaram em 2010 um acordo para a construção de ao menos seis grandes hidrelétricas na Amazônia peruana, mas alguns dos projetos sofrem resistência de populações indígenas e comunidades locais. O texto ainda está pendente de ratificação do Congresso peruano.
Os empreendimentos hidrelétricos no Peru, se concretizados, serão a ponta de lança da internacionalização da estatal brasileira de energia, a Eletrobras, parceira nas usinas. A empresa aprovou mudança em seu estatuto para permitir investimento no exterior.
Ontem, Humala fez referência a estatais regionais e também falou em expandir a contraparte estatal peruana, a Eletroperu.
"Promoveremos a construção de hidrelétricas, fortalecendo a Eletroperu e as empresas elétricas estatais regionais e promovendo as privadas, num adequado balanço que outorgue prioridade à demanda nacional. O Estado avaliará a participação de Eletroperu em novos acordos de intenção", disse Humala.
O novo presidente, que governará até 2016, enfatizou a demanda nacional porque ativistas e integrantes da sua própria base questionam a necessidade da construção das hidrelétricas num país rico em gás.
O recém eleito presidente do Congresso, Daniel Abugattás, do humalista Gana Peru, afirmou recentemente à Folha: "Não vamos aceitar obras sem autorização social. Hidrelétricas na selva podem ser prioridade para o Brasil, mas não são prioridade para o Peru".

INAMBARI
Um dos projetos contemplados no acordo energético Brasil-Peru é a construção da hidrelétrica de Inambari, tocada pela Eletrobras, Furnas e a empreiteira OAS.
O empreendimento tinha concessão temporária do Estado peruano, mas ela foi cancelada no bojo de conflitos contra uma mineradora que sacudiram a região da usina, Puno, no sul.
A Folha apurou, porém, que nem o governo brasileiro nem as empresas se espera novos reveses no tema. Uma fonte que acompanha o caso avalia que García enviou uma "mensagem política" sem efeito jurídico duradouro, que o governo Humala é a favor do empreendimento e o que tem capital político para ajudar a convencer as comunidades de suas benesses.
Folha.com

Nenhum comentário:

Postar um comentário